Segundo tipo mais freqüente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as
mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é relativamente bom. No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é
diagnosticada em estádios avançados. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61% (INCA, 2010).
O Sistema Renina Angiotensina (SRA) é um mecanismo de sinalização hormonal amplamente conhecido como um sistema de regulação da pressão sanguínea. A via clássica inicia com a liberação de renina (REN), uma aspartil-protease que cliva angiotensinogênio (AGT) produzindo angiotensina I (Ang I) que é hidrolizada pela enzima conversora de angiotensina I (ECA) produzindo angiotensina II (Ang II); este octapeptídeo exerce suas funções através de seus receptores específicos, receptor de angiotensina II tipo 1 e tipo 2 (AGTR1 e AGTR2, respectivamente) (Frossard e cols., 2001). A maior parte dos efeitos fisiológicos são atribuídos à via de sinalização do AGTR1.
Recentemente, contudo, têm sido descrito atividades mitogênicas e angiogênicas a estes
componentes do SRA (Fujita e cols., 2002; Greco e cols., 2003). Desde que angiogenesis e
processos proliferativos são relacionados ao desenvolvimento, progressão e metástases do câncer, é possível acreditar na correlação entre os diferentes do SRA e câncer (Deshayes and Nahmias, 2005). Atualmente, diversos estudos correlacionam este Sistema a diversos tipos de câncer (próstata, renal, pulmonar, mamário, etc) (Kosaka e cols., 2011; Queisser e cols., 2011; Hoshino e cols., 2011). Componentes do SRA são expressos em vários tipos de câncer e estão envolvidos em carcinogênese e em progressão tumoral (Okamoto e cols., 2010; Vaclavas e cols., 2011). O SRA local na prostata está relacionado à proliferação e a angiogênese (Hoshino e cols., 2011).
Além disto, vários estudos com polimorfismos genéticos tem demonstrado a associação de componentes do SRA ao câncer de mama (Correa e cols., 2009; Mendizábal-Ruiz e cols., 2010; Namazi e cols., 2010; Correa-Noronha., 2012).
Vários autores mostraram evidências do envolvimento do SRA em tecidomamário e o seu rompimento pode estar envolvido em um ou mais passos que levam a
carcinogênese (del Pilar Carrera e cols., 2010).